18 de jun. de 2011

28 de Fevereiro de 2009

 E eu escrevo, escrevo, mas continuo dizendo: e daí? e muito triste, não é? mas tenho meus própios problemas, por que perderia meu tempo ajudando-a? São apenas doenças mentais, isso se supera todo dia. E eu só queria nessas horas, do fundo do coração, que essas pessoas sofressem tanto para se cortarem inteiras, sem ver o sangue, sem sentir a dor, sem pensar. Eu só queria que, por um minuto que fosse, elas sentissem o coração rasgar-se de tanta dor e depois ser inundado de vazio e apatia. Só queria que, por um dia que fosse, elas sentissem como é ir à esquina e perder o ar, perder o chão de tanto pânico. Queria que pudessem entender, uma vez só, o que é ser incapaz de sair da cama para beber um copo d'água e ter tanto pânico das pessoas ao ponto de passar fome para não precisar falar com a lanchonete. Você não tem jeito, se é o que quer, vamos deixá-la no quarto para sempre e só entraremos lá para limpá-lo, você precisa agüentar, precisa se esforçar. Acontece que ninguém me dá chance alguma, é pressão de todo lado, cobrança de todo lado, briga de todo lado. Se está bem, está bem. Se está bem, até que está mau. Eu não devo pedir nada, não devo pedir que qualquer pessoa entenda. Sou sempre um caso perdido e profunda demais para qualquer esforço, além do maldito dinheiro, ser válido. Só sei que eu espero que as pessoas tomem a atitude que eu tomaria. Mas jamais vai acontecer. Porque, até entre iguais, sou diferente. Uma aberração, não tire a maldita máscara! Até entre os outros, estou sempre pior, estou sempre igual. Estou sempre pensando, estou sempre querendo ser eu mesma. E, até hoje, ser eu mesma afastou cada pessoa que já tentei algo. Eu devo me esconder, eu devo aceitar a vida que me foi imposta, devo carregar minha maldição. É o que se espera, ninguém pode me ajudar do jeito que eu preciso agora, ninguém. Nunca fui a prioridade, nunca serei, tenho de, como bilhões de rôbos, simplesmente contentar-me com o que preciso ser. Não há escapatória, já tentei ficar por amor e o amor foi-me devolvid, já tentei arrumar amigos, mas nada vai servir, ninguém pode ser minha babá. Simplesmente preciso o que precisei desde a infância e sempre foi-me negado: carinho, amor, preocupação, limites, apoio, suporte, companhia. Mas sou demais, sou um fardo grande demais, um peso que nem o mais forte poderia carregar. E já não agüento carregar-me sozinha...




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