3 de jun. de 2011

Depressão invisível

Viver no inferno e não ter para onde nem como escapar, é estar com as mãos amarradas, imóvel, sem chance de luta mas não por não querer lutar ou determinar que tudo aquilo pare, mas por estar tão sobrecarregada com todas as maldições em cima de você à ponto de não se mover, é estar tão fria à  ponto de não chorar mesmo todas as dores da vida estarem retornando pouco a pouco, é ser incapaz de buscar ajuda por saber que ninguém pode te ajudar agora, é estar com o corpo intacto mas sentir dores, Se arrepender a cada dia por não ter lutado da maneira que devia, deixar o mau te consumir à ponto de ser dominada pelo ódio por todos aqueles que não sentem essa mesma dor,  é um abismo sem fim e eu já perdi a conta das vezes que morri, das vezes que tentei e implorei para que parassem, implorei para que me ajudassem, perdi a conta de quantas vezes deixei que meus pensamentos se tornassem realidade à ponto de me enlouquecer, e acordei à noite sozinha, acordei de um sonho em que eu era protagonista de uma vida feliz, com problemas normais como as futilidades de hoje em dia, eu só não quero sangrar, quero sentir a falta de dinheiro, o desemprego de uma pessoa que sustenta uma casa, uma doença que necessita de um brusco tratamento ou a dor de perder uma mãe, não me sentir queimar, me sentir arder num quarto que aparentemente não existe ninguém que esteja me torturando mas mesmo assim sentir como se fosse a garota violentada maltratada abandonada que vejo pelas ruas que vejo na tv, eu quero estar suja, pobre, endividada,  mas não quero apagar aos poucos, eu quero não me sentir sozinha, não ser trocada por dinheiro por próprios interesses, que me larguem que me esqueçam, que me obriguem a viver sozinha, como se não fosse capaz, mas sou grande demais pra alguém ser minha babá, cuidar como se ainda fosse aquela menina de antes, que tinha inocência mesmo na dor, que pensava que nunca ia existir dor maior do que o sofrimento de um cançer, ou de ver dores palpáveis na pessoa que amava, mas não, eu trocaria a depressão por cançer, é palpável, as pessoas entendem e justificaria tudo, a vontade de não levantar da cama, a vontade se se acabar logo, o medo de continuar sem apoio, por que tudo é palpável.
Viver no inferno justifica sim, a falta de força pra resistir, e a ignorância que nós faz pensar ao contrario, tudo aquilo que não se vê, a ignorância apedreja.
Estou morrendo agora, morrendo aos poucos não se vê marcas em meu corpo eu admito, fora a apatia e o estranho comportamento, não se vê necessidade de ajuda pra andar comer ou deitar, mas se vê carência por abrigo emocional, e eu não sei mais o que devo fazer, além de esperar uma brecha para tentar novamente fugir de um inferno invisível, antes que percebam que pretendo escapar e me fazer sangrar novamente,  antes que me destruam completamente para ir para um inferno sem brecha para buscar a luz.




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